1 de mai. de 2023
29 de mar. de 2023
Atualizado: 24 de nov.
Com o avanço das tecnologias e a globalização, o mercado das joias e acessórios de luxo foi profundamente afetado por uma enxurrada de novos processos e produtos dos mais diversos padrões, derivados das importações. Enquanto que, por um lado, isso tenha trago uma diversidade imensa de acabamentos e matérias primas; por outro lado, fez com que o modo como enxergamos uma joia tenha sofrido muitas alterações.
Se, antes, o nível de complexidade na execução de determinadas linhas e acabamentos, agregava um alto valor para o projeto, hoje essas linhas são facilmente executadas por uma impressora 3D. Apesar de ainda ser um processo oneroso na produção em baixa escala, quando produzidas em larga escala, o mesmo torna-se muito vantajoso devido à economia de materiais e possibilidades quase ilimitadas de linhas e curvas sem que isso aumente muito a dificuldade de execução da joia. Então chegou o fim da ourivesaria clássica, de bancada? Não! E esse texto irá demonstrar as diferenças entre os processos e o que esperar de cada um. Lembrando que, ambos tem suas peculiaridades, com vantagens e desvantagens em cada um deles.
A principal diferenciação que se pode fazer entre os tipos de ourivesaria está no foco que cada uma delas possui. A ourivesaria comercial, como o próprio nome evidencia, é aquela que, em sua essência, busca atender demandas da indústria. Demandas essas que buscam o menor custo, maior aproveitamento de tempo e matéria prima nos processos e, maior número de modelos com diferentes acabamentos possíveis. Apesar de haverem peças complexas, o foco está nos modelos com maior procura pelo público alvo. Tem como pontos fortes as novas tecnologias, que oferecem uma gama de processos inovadores e capacidade de acabamentos e designs antes inimagináveis. Em contrapartida, estes mesmos processos, se realizados numa escala de poucas unidades, tornam-se demasiadamente caros. E é exatamente nesta lacuna, onde a ourivesaria clássica encontra as oportunidades que a permite resistir à extinção: a necessidade de pequena produção, ou até mesmo exemplares de confecção única. Com acabamento, design e processos que demandam exclusividade e personalização do atendimento. Muito mais que um acessório, a ourivesaria clássica vende um conceito. Nele, visamos solucionar dores específicas do nosso cliente, fornecendo todo o nosso know-how neste universo e, abraçando cada detalhe do projeto ,com a visão de fornecer uma solução dentro das exigências de qualidade e com investimento ajustado à realidade do cliente.
Com tudo o que foi dito até aqui, podemos entender que, chamamos de ourivesaria clássica aquela que busca preservar os processos mais tradicionais de confecção, visando atender ás necessidades de um cliente mais seletivo, que busca exclusividade e personalização. Seus processos já não priorizam exatidão de linhas arrojadas e complexas(o que é importante, mas não o foco principal, tendo em vista ser impossível concorrer com a precisão de uma máquina projetada para tal exatidão), mas sim, a assinatura de um profissional artesão. Assim, cada traço, acabamento, design; denota um impressão digital na joia que recebe tratamentos manuais do início ao fim do processo. Este artesão, por sua vez, tem a função de, mais do que aplicar tais processos e habilidades inerentes à profissão, entender cada necessidade do seu cliente e o que ele espera receber, sempre buscando superar às expectativas, com atenção, sensibilidade e profissionalismo. Afinal, um Van Gogh, não deixará de ser impressionante, apenas pelo advento da inteligência artificial, por exemplo.
Espero ter agregado e agradeço aos que tiraram alguns minutos do seu tempo para leitura deste breve, mas muito bem intencionado artigo. Não deixe de conferir nossos próximos conteúdos. À todos, um grande abraço!
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